sábado, 6 de dezembro de 2008

Amor de V.I.D.A.



Tudo perfeito ontem!

A sala linda da Cinemateca, os amigos, a expectativa de ver o filme finalizado na telona. Reencontrar e comemorar com a equipe.

Mas havia um parêntese na perfeição.

Ninguém da minha família estava me acompanhando neste momento tão importante e significativo para mim.

Vindo no ônibus, eu estava todo arrumado por fora, mas triste por dentro. Queria muito a presença da minha família, mesmo fragmentada, por perto. Mas mal conseguir falar com a minha mãe ontem. Sai de casa decepcionado, nem deixei o endereço de onde seria exibido o filme. Achei que não havia interesse. Falta de consideração.

Cheguei à Cinemateca e já havia amigos por lá. Bem cedo. Esperando. Abraços, cumprimentos, carinho, tudo muito de verdade.

Mas o parêntese estava aberto. Eu nunca quis tanto eles por perto.

Deus sabe sobre o quanto eu não me conformo quando as coisas que eu acredito não acontecem.

Mas lá longe, chegando toda cansada tadinha, estava a minha irmã. Que acorda todo os dias as 5:00 da manhã para trabalhar e já andando a mais de meia hora sem ao menos o endereço do lugar. Ela me disse: “Eu precisava vir!” - E me abraçou. Era tudo o que faltava pra minha noite ser completa.

Cheguei em casa, minha mãe perguntou como havia sido tudo. Pra não ser grosso, passei reto. Mal a cumprimentei. Pensei: “Se quisesse saber, teria ido!”.

Agora pouco, enquanto eu escrevia, trancado no meu quarto, ela bateu na porta pedindo pra entrar. Sentou ao meu lado sem saber nada sobre o quanto eu estava chateado com ela. Simplesmente pegou minha mão e colocou um dinheiro nela dizendo:

“Eu estava torcendo por você ontem. Sei o quanto você precisa, por isso fiz uma faxina ontem para poder te ajudar um pouco com as suas despesas de ônibus e alimentação nestes dias que você esta precisando. Desculpa não ter conseguido ir.”

Fiquei sem palavras.


Obrigado mãe! Eu te amo muito!

Desculpe a minha ingenuidade.

Não dá pra transformar a dureza da realidade num conto de fadas. Mas dá pra amadurecer e aprender como tudo fica muito mais lindo quando a gente consegue enxergar a delicadeza do amor que existe na vida real.

4 comentários:

Gergillin disse...

É geison... não tem jeito, família é família... podemos ter o apoio de qualquer pessoa querida, mas quando é da família tem um outro tom... é o laço que tem esse poder, não o nó... mas sim o laço!
Bom, aproveito para registrar no blog o que ja falei p você por msn... Achei lindo a delicadeza e a sutileza desse trabalho, que sai totalmente de um esteriótipo que muitos diretores usam e que acreditam que dê certo, o Pseudocult. Não tenho nada contra a pessoas Cultas, se podemos assim chamá-las, mas o pseudo é foda... parece que quer nos chamar de burros... vc assiste um trabalho (que as vezes tem até uma proposta boa), mas que não dá p entender onde o diretor quer chegar e muito menos se chegou.... aí quando acaba a sessão, ficamos buscando na memória palavras para denominar o trabalho.... mas no máximo nos sentimos burros por não entender, não sentir o que o diretor queria... tenho lá minhas dúvidas se ele também sabia...

Mas n estou aqui para falar mal dos outros trabalhos... e sim para elogiar (o que é fácil) o V.I.D.A. ... Houve momentos em que o que era filme tinha um tom de documentário... os atores... sem palavras... todos muito vivos... nada encenado... e o filme apesar do peso do assunto, não caiu em depressão... claro que não dá para falar sobre isso sorrindo... mas fugiu do clichê, e quando acaba vc tem uma sensação triste do que é depressão e viver com isso, mas que com apoio de pessoas queridas (amigos, familiares), pode ser melhorado.

Mto lindo! Fiquei muito feliz em ver um trabalho independente com tamanha qualidade! Geison, te adimiro mtooo e vc vai longe!!! Aninhaaaa vc é linda em cena!!!! saudade de vc!!!

Unknown disse...

poxa It escrevi uma msg de amor pra vc e ela se perdeu, saiu surfando na web!

a-mei o que vc escreveu fico mto feliz que vc tenha sentido essas coisas com o filme. orbigada risadinha!

ah! qto aos pseudo-intelectuais para mim a grande maioria não tem o que dizer, faz algo ininteligível e ruim e para justificar chama de experimental, conceitual... é um porre e o Brasil me parece o campeão nesse setor!

saudadessss! bjoka

Maria Helena disse...

adorei o filme V.I.D.A!!!Atores ótimos e o filme de tamanha naturalidade parece documentário.
Depressão é doença q precisa ser tratada.Tratar corpo físico com a alopatia e o corpo espiritual com a medicina alternativa.Esses tratamentos estão hoje muito mais efetivos e o preconceito gerado pelo desconhecimento,melhorou.Vejo isso como médica há 38 anos.PARABÉNS A TODOS!!!!!!!!!!!

Flora disse...

Vcs me fazem chorar com muita facilidade.

 
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